Doar-Se

Onde existe a dor motivada por problemas de natureza orgânica, leve o medicamento providencial em nome da fraternidade.


  Onde existe tristeza nascida dos dramas humanos, conduza um pouco de alegria, demonstrando exemplos de otimismo e fé, para que o alento alivie, pelo menos em parte, a quem sofre.

Onde existe preguiça e comodismo, informe sobre os prodígios da força do trabalho e o valor inquestionável de toda ocupação útil, em nosso favor e em benefício daqueles que seguem conosco.


 Onde existe a violência explodindo em cólera e agressividade, apresente a calma e a tolerância visando apaziguar aos ânimos exaltados, defendendo a harmonia e a solidariedade.


 Onde existem mentira e maledicência, ofereça a verdade e a gentileza para que os sentimentos inferiores percam força para a sublimidade dos gestos de equilíbrio e dignidade.


 Onde existem fome e desnutrição, se posicione como o veículo da esperança oferecendo recursos nutritivos que soergam a energia das vítimas.


 Onde existem viciações tóxicas, denegrindo caráter e aviltando corações, leve a orientação precisa e a conscientização necessária para a recuperação dos doentes.


 Onde existem vaidade e luxúria, apresente as lições da humildade, informando que o valor da criatura humana está em suas aquisições interiores e não no visual externo que pode mascarar a realidade.


 Onde existe ignorância, se esforce para oferecer mecanismos de aprendizado, destacando a cultura que certamente libertará o ser humano das algemas da inferioridade.


 Onde existem calúnias e fofocas, fazendo grassar críticas deploráveis, fale sobre os perigos dos comentários danosos e inconseqüentes na desestruturação da vida social, procurando dar destinação adequada e edificante ao rumo da comunicação.


 Assim, reunamos os nossos talentos e, a exemplo do servo previdente da parábola do Cristo, os multipliquemos no trabalho em favor do próximo,. Pois quanto mais fizermos ao irmão do caminho, visando ajudá-lo a desincumbir-se de seus compromissos, mais Jesus de aproximará de nós para improvisar nossas venturas. 


 (De "Em busca da Paz", de Waldemir Ap. Cuin)