Em comunidades evangélicas do orkut foi apresentado para discussão o tema do
aborto. Foi ressaltada a necessidade da prevalência do que diz a Bíblia como
palavra de Deus, em defesa da vida, sem se considerar ou se aprofundar em
questões clínicas ou médicas, já que o ambiente de discussão é rápido, informal
e leigo.
Entre outros motivos possíveis para o aborto, questionou-se a
necessidade de praticar o aborto nos casos de estupro ou malformação congênita
grave. Nossa legislação protege os direitos do nascituro – aquele que está no
ventre da mãe sendo gerado. O recente destaque na mídia da cena em que os
dedinhos de um feto, sendo operado, seguram os dedos do médico, é em si só uma
evidência de interação com o meio ao qual cientificamente o nascituro não tinha
ainda acesso. Assim, não parece que é à legislação que cabe determinar se um
organismo vivo deve viver ou não. Se ele comprovadamente vive, sejam quais forem
as condições de saúde, negar-lhe o direito a nascer – completar o ciclo da
gestação e no tempo devido vir à luz – significaria simplesmente matá-lo.
Em favor do aborto, erguem-se vozes – notadamente as vozes das mães que rejeitam esta condição – indicando a vida e a saúde da gestante como valor a ser defendido em primeiro lugar, chegando a tomar como inquestionável o seu direito de decidir o que fazer com o seu corpo, mesmo que isto signifique dispor de uma vida à qual ela mesma, quase-mãe, propiciou a chance de vida.
Como cada caso
é um caso, e estamos discutindo vida, não devemos contar só com nossa opinião ou
com um ou outro entendimento que tivermos da própria palavra de Deus, porque
senão estaremos dizendo que contamos apenas com nosso entendimento cristão, e
que é possível que o Senhor esteja alheio a uma situação tão grave. Não se pode
determinar que uma vida seja ceifada só porque em um dado momento não atendeu à
expectativa humana de vida como o mundo compreende.
Pelo contrário: ou
aceitamos como verdade, sem questionar, o que diz o Salmo 139 - que o Senhor
conhece a nossa substância ainda informe -, e que Ele é que detém o poder e a
soberania para determinar o que deve ou não deve acontecer em cada vida, ou
escolhemos o caminho do mundo, que na maior parte dos casos considera apenas o
custo-benefício das coisas (isto afirmo quanto aos casos de malformação
congênita).
Quanto a casos de aborto por causa de estupro, prefiro contar,
bem resumidamente, uma história verídica, mas não me lembro agora do nome. Sei
do testemunho sobre um pastor, homem de Deus, que foi gerado desta maneira, e
que foi usado pelo Senhor para conduzir muitos aos pés de Jesus.
Em todos os
casos, não somos juízes, somos instrumentos de Deus e passíveis de simplesmente
não saber o que fazer. Mas Deus sempre sabe, e caberá sempre a Deus ordenar as
circunstâncias.
Ele é o Senhor, e estará sempre no comando de tudo que
acontece e pode acontecer neste mundo, porque Ele olha, e vê, e conhece a vida,
os intentos, o coração e a angústia de cada coração.
Ele não se alegra com a
morte de ninguém, nem com a morte dos nascituros que não viram ainda a luz mas
já têm o direito de conhecê-la. E preciosa é para Ele a morte dos Seus santos –
porque a estes chamados de santos de Deus foi dado o direito à vida que tentam
negar a quem o próprio Deus faz viver.
(Desc. Autoria)
(Desc. Autoria)
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