(João 16:7 - Pr. Aroldo)
"Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei".
INTRODUÇÃO
Despedidas nunca são momentos agradáveis. Despedidas sempre nos levam a um sentimento de preocupações, de recomendações, de saudades. O Ministério de Jesus estava chegando a sua fase final e Ele precisava fazer algumas recomendações aos seus discípulos. O Ministério de Jesus durou pouco mais de três anos; mas, foi um tempo de convívio com os seus discípulos muito intenso e valioso. Sendo assim, falar de despedidas não era o que os discípulos gostariam de ouvir. Israel havia passado um período de silencio de Deus, de mais de quatrocentos anos. De repente vem o tempo de Jesus que foi marcado por um convívio intenso com os seus seguidores. Falar em despedidas não estava nos planos dos discípulos. Considera, ainda, o fato de Israel estar carente de um líder. Há muito não despertara em Israel um líder religioso que pudessem realmente mudar a história daquele povo. Há muito não despontara naquela terra, alguém que fosse capaz de libertá-los do domínio de Roma. Jesus era uma esperança para aquele povo. Toda confiança fora depositada em Jesus. De repente, Jesus aparece com essa conversa de despedida. Jesus veio ao mundo com um propósito bem definido; Ele veio para salvar o mundo de seus delitos e pecados. Havia chegado o tempo de partir, pois, a sua missão já estava cumprida. Precisava, apenas, dar algumas instruções para aqueles que deveriam dar continuidade ao seu trabalho.
COMENTÁRIOS DO TEXTO:
1. Eu digo-vos a verdade.
Dizer a verdade sempre foi e sempre será uma característica de Jesus. Ele é Deus, e, como Deus jamais pronunciará uma mentira. Por isso, podemos sempre confiar em Jesus e em suas promessas, pois, Ele sempre fala a verdade. Não há como Jesus falar inverdades, pois, em João 14:6 Ele afirma: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Ou seja: Jesus é a própria verdade. Nele nós podemos confiar.
Convém-vos que eu vá. Ou: É para o bem de vocês que eu vou. (NVI)
Jesus ao vir ao mundo, abandona a sua própria vontade, para fazer tão somente a vontade do Pai. Podemos ver isso com mais clareza, quando chega o momento de ir para a cruz, Ele ora ao Pai: "Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e, sim a tua". Neste texto, percebemos que Jesus não apenas faz a vontade do Pai. Ele é inteiramente submisso à vontade do Pai, ainda que, como homem, as sua vontade não era de ir para a cruz. A vontade do Pai estava acima de tudo. Neste texto de João
16:7 podemos perceber também, que a vontade do seu pequeno rebanho, estava acima da sua própria vontade. Ele afirma: Convém-vos que eu vá; ou seja, é melhor para vocês que eu vá. Não é para o meu bem, mas para o bem de vocês. Não é porque eu quero ir, mas porque é para o bem de vocês que eu vou. Jesus teria muitas razões para desejar ir embora para junto do Pai; vejamos:
Mal recebido neste mundo, quando precisa nascer em uma manjedoura;
Ainda bebê seus pais precisam fugir com Ele para o Egito, para que ele não fosse morto;
De volta para a sua terra, vai morar na desprezível e pequena cidade de Nazaré. Tão desprezível que Natanael pergunta: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Jo. 1:46.
Ainda jovem, morre o seu pai, ficando ele responsável pelo sustento da sua família.
Aos 30 anos começa o seu Ministério. Com isso, começa contra Ele, os insultos, as blasfêmias, sendo acusado de não cumprir a lei de Moisés. Por isso, é considerada uma pessoa fora da lei. Por várias vezes tentaram matá-lo, mas ainda não era chegada a sua hora. Mas, em momento algum Jesus se esqueceu do seu alvo, do seu objetivo aqui no mundo que era de salvador da humanidade. Com todos esses motivos de sofrimento, em virtude de não ser bem recebido, Ele não desejou voltar ao Pai, sem primeiro, terminar a sua missão na terra, a de dar a sua própria vida em favor da humanidade. Só no final de tudo, já na cruz, Ele afirma: "Está consumado". É por isso que Ele afirma: Convém-vos que eu vá e não: convém-me ir embora.
Eu e o Consolador não podemos ficar aqui na terra ao mesmo tempo. É necessário que eu vá para o Pai, para que Ele venha ficar com vocês. Se eu não voltar para o Pai, Ele não virá para habitar com vocês. Quando eu for para o Pai, enviarei o Consolador, o Espírito da verdade que habitará com vocês. Ele estará sempre convosco; Ele conduzirá os vossos passos; Ele convencerá vocês do pecado, da justiça e do juízo. Por essa razão é necessário que Ele venha. Só que para Ele vir, eu preciso ir para junto do Pai.
Sem a intervenção dele, sem a direção dele, sem o seu agir na vida de cada um de vocês, ninguém jamais será convencido dos seus pecados. Assim, todos andarão em pecado, mas não se darão conta de que estão em pecado, pois, não terão esse conhecimento. Vocês só saberão que estão em pecado, se houver a atuação do Espírito, o Consolador. Jesus jamais pensou nele próprio, mas pensou somente no seu pequeno rebanho. Em João 13:1, está escrito: "Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim". É em função desse tremendo amor que Ele tem pelo seu rebanho que Ele se entregou naquela rude cruz, pagando, de uma vez por todas, todos os pecados de todos quantos o aceitaram como Senhor e Salvador, crendo no sacrifício definitivo dele na cruz, pois o salário do pecado é a morte conforme Rm. 6:23. Salário é pagamento. Se já foi pago por Jesus na cruz, não há mais nada há ser pago; não há mais dívida a ser cobrada; está quitado. Éramos devedores, sim, mas agora a nossa promissória da dívida está com um carimbo bem grande: ESTÁ QUITADO. Quem nos leva a ter esse entendimento é o Espírito Santo. Quem nos convence dos nossos pecados e quem nos leva a crer no pagamento feito por Jesus, é Ele, o Consolador. Ele, o Espírito Santo, está conosco sempre. Ele é o Deus que está conosco até nos momentos mais difíceis da nossa vida, nos dando consolo, revigorando a nossa vida, nos dando paz e revigorando o nosso emocional.
CONCLUSÃO:
Quais as lições que podemos tirar para a nossa vida através deste pequeno texto da palavra de Deus?
1 Em Deus nós podemos confiar.
É muito bom, quando nós podemos confiar plenamente em alguém; quando nós sabemos que aquela pessoa nunca vai nos enganar, ou mentir. Essa deve ser sempre a nossa atitude em relação a Deus. Ele jamais vai nos enganar e dar-nos promessas que não vai cumprir. Em Deus podemos confiar sempre.
2 Jesus nos ama sempre, conforme João 13:1
É muito bom sabermos que o seu amor não é fingido, mas é verdadeiro e, sendo assim ele nos amou até o fim. Ele provou isso entregando a sua própria vida para que nós tivéssemos vida. Provou o seu amor também na oração sacerdotal conforme relato do capitulo 17 deste Evangelho.
3 Não estamos órfãos
Jesus voltou para o Pai, mas, enviou-nos o Espírito Santo, o Consolador, que habita conosco. Esta foi a sua promessa, que foi cumprida em Pentecostes e que continua conosco, mesmo já tendo passado dois mil anos, porque a sua promessa nunca falha. Hoje podemos celebrar, porque somos conduzidos pelo Espírito, a uma celebração com alegria, ao Deus que é merecedor de toda honra, glória e louvor. A Ele toda a gloria. Amém.
Pr. Aroldo.
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